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Burnout e excesso de jornada de trabalho: O impacto na saúde mental

  • Foto do escritor: Andrezza G Peretti
    Andrezza G Peretti
  • 13 de nov. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 14 de nov. de 2024

O trabalho ocupa grande parte da nossa existência, muitas e muitos de nós passamos mais tempo em atividades profissionais do que em outros aspectos da vida. Embora a dedicação ao trabalho possa ser vista como uma virtude, é importante nos questionarmos: qual é o preço desse compromisso excessivo? Em um mundo que valoriza a produtividade e o desempenho a qualquer custo, podemos estar negligenciando nossa saúde mental e social.


O que é Burnout?


Mulher exausta

O burnout é um estado de esgotamento físico, mental e emocional causado pelo estresse crônico relacionado ao trabalho, reconhecido como problema de saúde em 2019 pela OMS. Ele é mais do que cansaço: é uma condição que impacta profundamente a maneira como percebemos nossa capacidade de lidar com o dia a dia e pode desencadear sintomas como:

  • Fadiga extrema, mesmo após descanso;

  • Dificuldade de concentração e perda de interesse em geral;

  • Aumento de irritabilidade;

  • Sentimentos negativos em relação ao trabalho e ao ambiente profissional;

  • Sentimentos de fracasso e insegurança;

  • Sintomas físicos como dores de cabeça, tensão muscular e problemas digestivos.


O Papel do Excesso de Jornada de Trabalho

Em muitos setores, trabalhar mais do que o estipulado é visto como uma "demonstração de compromisso". No entanto, essa cultura da sobrecarga pode ter consequências sérias.

A ciência já nos mostra que o ser humano não foi feito para manter um ritmo tão intenso de trabalho por períodos prolongados. O sistema nervoso precisa de pausas para se recuperar e processar as demandas do dia, e apenas um dia de descanso semanal não é o suficiente. Quando essas pausas não ocorrem, o risco de burnout aumenta.

O impacto do excesso de jornada vai além do cansaço físico: ele afeta nossa capacidade de desfrutar das pequenas coisas da vida, enfraquece nossos vínculos pessoais e prejudica a nossa saúde emocional.


Uma Reflexão sobre Produtividade e Exigências Profissionais

A cobrança por produtividade em qualquer circunstância pode nos levar a acreditar que nosso valor está atrelado ao que produzimos, e não ao que somos. Esse tipo de pensamento pode distorcer a nossa visão de sucesso e realização pessoal. Vale lembrar que o bem-estar mental e físico é essencial para o desempenho de longo prazo e para a nossa satisfação com a vida.

Assim, precisamos reconhecer que um trabalho realmente saudável e produtivo é aquele que respeita os limites e as necessidades de cada pessoa. Priorizar a saúde mental não é uma questão de "fraqueza" ou "falta de comprometimento"; é uma decisão racional que visa a sustentabilidade do desempenho e da saúde.


Estratégias para Proteger sua Saúde Mental

Diante de uma realidade que muitas vezes nos exige mais do que podemos oferecer, é essencial que busquemos alternativas e recursos para preservar a nossa saúde. Aqui estão algumas sugestões:

  1. Estabeleça limites claros: Converse com seu chefe ou equipe sobre horários e tarefas realistas. Não hesite em falar sobre a importância de descansar para manter a produtividade.

  2. Desenvolva uma rotina de autocuidado: Reserve momentos para atividades de relaxamento, hobbies e socialização. São pausas essenciais.

  3. Busque ajuda profissional: Se você se sente sobrecarregado, procure um profissional de saúde mental que possa oferecer apoio e orientação.

  4. Pratique a autocompaixão: Não se cobre excessivamente. Lembre-se de que o descanso é uma necessidade, não um luxo.

  5. Reflita sobre suas prioridades: Vale a pena pensar no que realmente é importante para você. O trabalho é uma parte importante, mas sua saúde deve ser uma prioridade.


Homem exausto

Nossa sociedade ainda precisa refletir mais sobre os limites entre produtividade e saúde. O trabalho é importante, mas a vida também deve ser vivida fora dele. Valorizar a nossa saúde mental não é só uma necessidade individual, mas uma responsabilidade coletiva que envolve empresas, políticas públicas e o próprio entendimento da nossa cultura de trabalho.

Se queremos uma vida mais plena e menos exaustiva, é essencial começarmos a questionar — de forma saudável e construtiva — as exigências que temos aceitado como normais. A busca por equilíbrio é um direito de todos e, ao cuidar de nossa saúde mental, contribuímos para uma sociedade mais saudável e mais humana.




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